Aline Oliveira
A arquitetura bizantina desempenhou um papel significativo na história do Império Romano do Oriente, especialmente com a construção da magnífica igreja de Hagia Sophia. Neste artigo vou abordar a importância da arquitetura bizantina e destacar a influência duradoura de Hagia Sophia.
O Império Bizantino e a Era das Trevas:
Após a divisão do Império Romano, o Império Bizantino emergiu como um centro de civilização e cristianismo. Enquanto a Europa Ocidental mergulhava na chamada "Era das Trevas", Constantinopla (hoje conhecida como Istambul) tornou-se um farol de luz e conhecimento. As primeiras igrejas cristãs eram baseadas nas basílicas, como Santa Sabina e Santa Maria Maggiore, em Roma, e Santo Apollinare in Classe, em Ravena. No entanto, foi no reinado de Justiniano I no século VI, que a arquitetura bizantina passou por uma revolução.
Hagia Sophia - A Igreja da Divina Sabedoria:
A igreja de Hagia Sophia, construída em Constantinopla entre 532 e 537 d.C., foi uma das criações mais magníficas e audaciosas da arquitetura bizantina. Projetada por Antêmio de Trales e Isidoro de Mileto, a igreja apresentava uma estrutura em cúpula que se tornaria a base para catedrais renascentistas posteriores, como a de São Pedro, em Roma, e São Paulo, em Londres. A cúpula de Hagia Sophia era sustentada por quatro grandes arcos, proporcionando um espaço amplo e impressionante. Embora a igreja tenha perdido parte de seu brilho decorativo ao longo dos séculos, seu esplendor ainda é evidente. Hagia Sophia foi convertida em uma mesquita pelos turcos em 1453 e atualmente é um museu.
A Difusão da Cúpula Bizantina:
Ao longo dos séculos seguintes, a influência da arquitetura bizantina se espalhou pelo Império Bizantino e além. Variações da cúpula de Hagia Sophia surgiram em países como Grécia, Macedônia, Sérvia, Armênia, Geórgia, Veneza e Sicília. A Rússia também foi influenciada por essa forma arquitetônica, adaptando-a às suas próprias construções. A influência de Hagia Sophia pode ser vista em muitas mesquitas e catedrais, sendo a mais famosa a Igreja de São Marcos, em Veneza, reconstruída com base no modelo de Hagia Sophia. A arquitetura bizantina também se estendeu a várias igrejas provinciais do Império Bizantino.
Arquitetura Secular Bizantina e a Grande Cisterna:
Embora pouco tenha sobrevivido da arquitetura doméstica do período bizantino, palácios, banhos, teatros e outros edifícios continuaram a ser construídos, seguindo as diretrizes estabelecidas pelos romanos. No entanto, um remanescente fascinante é a Grande Cisterna, localizada abaixo da basílica em Constantinopla. Essa impressionante catedral subterrânea, abastecida por aquedutos, apresenta 400 galerias abobadadas e colunas de mármore. A Grande Cisterna é um testemunho do apreço que o mundo antigo tinha por maravilhas de engenharia e sua celebração da água como fonte de vida.
A arquitetura bizantina, com Hagia Sophia como sua joia mais brilhante, deixou um legado duradouro. Sua influência se estendeu por séculos e atravessou fronteiras geográficas, moldando a construção de catedrais, mesquitas e igrejas em várias partes do mundo. A grandiosidade e a inovação da arquitetura bizantina são apreciadas até os dias atuais, e Hagia Sophia permanece como um testemunho deslumbrante desse período artístico e histórico.
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Fonte:
GLANCEY, Jonathan. The Story of Architecture. London: Dorling Kindersley, 2000.
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