Aline Oliveira
A Roma Antiga é conhecida por seu impressionante legado arquitetônico e engenharia avançada. Um dos marcos mais emblemáticos desse período é o Panteão, que reflete a abordagem romana prática em relação à construção. Neste artigo, falarei um pouco mais sobre a engenharia romana, suas realizações monumentais e como elas diferem da estética grega.
Os romanos foram verdadeiros pioneiros em termos de engenharia e construção. Eles conquistaram vastas extensões de território, conectaram regiões inteiras através de uma rede de estradas e forneceram infraestruturas essenciais para suas cidades. Os romanos trouxeram inovações como banhos públicos, lavatórios, esgotos e até mesmo transporte público. Além disso, eles construíram impressionantes blocos de apartamentos, chamados de "insulae", que originalmente eram feitos de madeira e posteriormente de concreto. Com seu sistema de aquecimento subterrâneo e infraestrutura avançada, a engenharia romana superou os padrões anteriores e permaneceu insuperável por muitos séculos.
O Panteão, construído por volta de 118 d.C. e projetado pelo imperador Adriano, é um exemplo notável da arquitetura romana. Localizado no coração de Roma, esse gigantesco templo com cúpula representa a excelência da engenharia estrutural romana. Embora o Parthenon, na Grécia antiga, seja admirado por sua beleza requintada, o Panteão é impressionante e fascinante, embora não possa ser descrito como belo. Isso ocorre porque, para os romanos, a arquitetura era principalmente uma questão prática. Eles admiraram e assimilaram muito da cultura grega, mas suas conquistas engenhosas e sua abordagem pragmática superaram a elegância e a graça da civilização anterior.
A arquitetura romana, especialmente com o uso do concreto, permitiu uma construção "plástica", ou seja, flexível e adaptável. A cúpula do Panteão, com seus 43,2 metros de diâmetro, foi a mais ambiciosa do mundo até a construção da catedral de Florença por Brunelleschi no século XV. Os romanos aproveitaram ao máximo o concreto, utilizando-o não apenas para cúpulas, mas também para abóbadas completas e construções em arco, como o Coliseu. Diferentemente das culturas mesopotâmica e grega, que dependiam de pilares e lintéis, os romanos tinham a liberdade de construir de acordo com suas próprias ideias, o que resultou em estruturas impressionantes.
Embora tenham adotado elementos da arquitetura grega e etrusca, os romanos desenvolveram suas próprias contribuições únicas. Além das ordens arquitetônicas dórica, jônica e coríntia, eles introduziram duas ordens adicionais: a toscana, uma variação da ordem dórica dos etruscos, e a compósita, uma combinação da ordem iônica e coríntia. As colunas, muitas vezes usadas como elementos decorativos em templos, banhos e arenas, eram frequentemente planas ou meias-colunas incorporadas às paredes, conhecidas como pilastras. Esse estilo arquitetônico clássico tornou-se uma característica marcante da Roma Antiga e influenciou muitas construções posteriores.
A Roma Antiga deixou um legado impressionante em termos de engenharia e arquitetura. Sua abordagem prática e inovadora levou a conquistas monumentais, como o Panteão, que destacam a habilidade e o engenho dos romanos. A construção "plástica" e a fusão de influências gregas e etruscas criaram uma identidade arquitetônica única. Mesmo hoje, podemos admirar as ruínas romanas em várias partes do mundo, testemunhando a grandiosidade e o impacto duradouro da Roma Antiga.
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Fonte:
GLANCEY, Jonathan. The Story of Architecture. London: Dorling Kindersley, 2000.
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