Aline Oliveira
A busca pelo entendimento dos motivadores que guiam nosso comportamento é uma jornada que tem intrigado psicólogos e pesquisadores há décadas. Entre esses estudiosos, Steven Reiss se destacou ao introduzir a Teoria da Motivação, uma abordagem que não apenas desvenda o que nos impulsiona, mas também encontra aplicação na ciência dos espaços, revolucionando a forma como projetamos e interagimos com ambientes.
Nascido em 1947, Steven Reiss foi um psicólogo norte-americano cujas contribuições para a psicologia ecoam até os dias de hoje. Sua teoria, que se baseia na existência de 16 desejos básicos que moldam nossas ações e dão significado à nossa vida, oferece uma perspectiva única sobre o comportamento humano. Esses desejos, que variam desde aceitação e contato social até poder e vingança, são os fios invisíveis que tecem o tecido complexo de nossa existência.
O elo entre a Teoria da Motivação e a ciência dos espaços é um ponto de convergência notável. Quando aplicamos essa teoria ao design de interiores e à criação de ambientes, surgem insights profundos sobre como a disposição de elementos e a representação simbólica desses 16 desejos podem influenciar nossas emoções, comportamentos e bem-estar.
Imagine entrar em um espaço que ressoa com a sensação de aceitação e pertencimento, onde cores, formas e texturas transmitem uma mensagem de boas-vindas. Ou talvez um ambiente que evoca a curiosidade, com elementos que convidam à exploração e ao aprendizado. Da mesma forma, um espaço que transmite a sensação de ordem e tranquilidade pode induzir a um estado de relaxamento e paz interior.
A representação visual desses desejos nos ambientes atua como uma linguagem não verbal que se comunica conosco de maneira subconsciente. Essa comunicação pode afetar nossos estados emocionais, moldar nossas decisões e até mesmo inspirar mudanças em nossa vida. A disposição estratégica desses motivadores em um espaço pode, portanto, contribuir para nosso bem-estar geral e felicidade.
Vale ressaltar que, de acordo com a Teoria da Motivação de Reiss, todos esses desejos são igualmente importantes, não havendo um hierarquia entre eles. Essa abordagem destaca a necessidade de considerar cada desejo individual ao projetar espaços que realmente ressoem com as pessoas que os ocupam. Conhecer o cliente e compreender quais desejos são mais proeminentes para eles permite a criação de ambientes que os energizam, os acalmam e os inspiram.
Em resumo, a Teoria da Motivação de Steven Reiss não apenas nos ajuda a compreender a complexidade de nossos desejos internos, mas também nos mostra como podemos aplicar essas percepções na criação de espaços que elevam nossa experiência cotidiana. Ao incorporar os 16 desejos básicos em ambientes através de elementos visuais e simbólicos, a ciência dos espaços ganha uma nova dimensão: a de um facilitador da realização pessoal e do bem-estar emocional.
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Fonte: GURGEL, Miriam. Vivendo os espaços: Design de interiores e suas novas abordagens. São Paulo: Editora Senac, São Paulo, 2022.
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